14 de dezembro de 2012

A estratégia de choque!

Assistimos a uma progressiva caminhada  para a destruição do estado social e direitos dos trabalhadores. A escalada do ataque sem precedentes que está a ser efetuado por este governo é de tal forma que já pouco ou nada surpreende as pessoas.

O efeito de "choque" está a ser levado à letra, (recomendo vivamente a leitura do Livro a "Doutrina do Choque" Naomi Klein) a catadupa de más noticias, as sucessivas previsões negativas, o medo do futuro e a completa insegurança colocaram os portugueses num limbo entre a revolta e a frustração.
Comentadores, opinadores e fazedores de opinião debitam diariamente as milagrosas receitas, grande parte delas assentes em pressupostos que nos conduziram até aqui. Apontar outro caminho que não seja o da politica da recessão e do aniquilamento de milhares de empregos é encarado como uma "irresponsabilidade"!

Assente num discurso e doutrina do mais puro liberalismo económico os pais de um novo Portugal já não escondem a sua agenda baseada num modelo de refundação do Estado e das bases da economia. 
Perante um cenário de descalabro social os governantes insistem nas medidas repetindo até á náusea  que não existe alternativa, que gastamos mais do que devíamos, que ousamos ambicionar a ter uma vida melhor, ter casa, ter carro e ter bifes no frigorifico!

O ataque é frontal, o "choque e pavor"  uma arma de adormecimento amplamente aplicada, somos hoje um imenso laboratório social e económico onde a vida de milhões é colocada em jogo!

Precisamos de percorrer outro caminho, buscar alternativas que nos levem ao crescimento e emprego, politicas que devolvam a esperança e o futuro aos portugueses! 



De volta!

Depois de mais de um ano de ausência decidi retomar as minhas publicações. A sombra do Convento está de volta!

18 de fevereiro de 2011

ESQUERDA

«Há sempre uma esquerda à esquerda da esquerda. É a história da esquerda. A esquerda nasceu liberal no século XVIII, mas logo apareceram então esquerdas à esquerda dessa primeira esquerda (jacobinos, babouvistas…).




No século XIX apareceu a esquerda socialista e social-democrata, à esquerda das anteriores, e no século XX a esquerda comunista, ainda mais à esquerda. Mas à sua esquerda teve de nascer o esquerdismo.



A derrota histórica do comunismo e do esquerdismo não acabaram com este jogo de caixinhas chinesas. E Portugal é agora vítima disso. O espectáculo que a esquerda parlamentar portuguesa dá por estes dias é notável: um Governo de esquerda, do Partido Socialista, é ameaçado por uma moção de censura de um partido de esquerda, o Bloco de Esquerda, que, naturalmente, acusa o Governo de ser de direita; mas, como é evidente, não podia faltar a ameaça de outra moção de censura do outro partido de esquerda, o Partido Comunista, tentado a provar que é ainda mais de esquerda do que o resto da esquerda. No outro dia, foi possível ver João Semedo (ex-comunista e agora do BE) convidar o PC a "convergir com o Bloco de Esquerda" não numa moção de censura conjunta mas apresentando outra moção de censura. Quem pode não ficar fascinado com tudo isto?



O BE está obviamente a punir-se na carne pelos seus lamentáveis "desvios de direita", que alguns dos seus membros alimentam e que tiveram a sua mais recente materialização no apoio a Manuel Alegre em conjunto com o PS. Alguns no BE sonham em entrar para o "arco da governação", transformando-se numa "ala esquerda" do PS. Já vimos sinais disto na corrente legislatura, em que um intelectual ‘gay' e próximo do BE se transformou em deputado do PS para fazer avançar a agenda ‘gay' do BE. Mas é evidente que a concretização final desse passo só poderá ocorrer com uma cisão do BE. O PS, claro, espera-os de braços abertos. É também essa a sua missão histórica: reciclar antigos radicais de esquerda cansados de não terem influência. Mário Soares começou por ser comunista; Jorge Sampaio, João Cravinho ou Eduardo Ferro Rodrigues, esquerdistas; José Magalhães, Pina Moura ou Mário Lino, comunistas...



Pior é estas querelas de família terem consequências nacionais. Da moção de censura não resultará nenhum quadro parlamentar recomendável: não vai passar e continuaremos a ter um governo minoritário, agora com as relações completamente envenenadas com o resto da esquerda; caso passasse e houvesse eleições, arriscávamo-nos a ficar na mesma, fosse com o PS ou com o PSD. Uma boa parte da esquerda nunca gostou da democracia liberal. Porque haveria de querer ajudar a nossa a funcionar?» [DE]

Luciano Amaral.

14 de fevereiro de 2011

MOÇÃO E MOCINHOS

«Todos os dias, e um deles, por semana, até com o Governo sentado em frente, os deputados têm a oportunidade de dizer o que pensam da acção e do pensamento governativo. Como se chama a essa arma? Discursos. Discursos a criticar a política governativa ou tão-só uma vírgula numa proposta de lei. Pontuais ou vastos, chamam-se discursos. Atenção, não se chamam moções de censura. Chamam-se discursos. É necessário dizê-lo porque, depois de ter tirado da cartola uma moção de censura ao retardador, o Bloco de Esquerda desvaloriza essa moção como se daqui a um mês viesse a fazer uma coisa que podia resolver com um discurso. Não, uma moção de censura é uma proposta parlamentar que pretende derrubar o Governo. Por isso, em vez de discursar como se pode fazer todos os dias, uma moção de censura concita um texto pretendendo juntar o número de deputados que mostre que o Governo tem contra ele a maioria dos deputados. Ora o que tem feito o BE desde que ameaçou com a moção de censura, ele, que tem 16 deputados e precisa de mais cem para levar a sua avante? Para juntar, nada, para afastar já o líder parlamentar do BE, José Manuel Pureza disse que os 102 deputados do PSD e do CDS seriam "ridículos" se a votassem. Temos, então, que não se trata de uma moção de censura mas uma censura de mocinhos, tão mocinhos que depois de terem ameaçado vão passar um mês no terror do PSD e do CDS os apoiarem. »
 [DN]

25 de janeiro de 2011

PEQUENOS MILAGRES DEMOCRÁTICOS

«...O meu pai nasceu em 1929, já em ditadura. Cresceu numa aldeia do Ribatejo, em ditadura. Veio a Guerra Civil de Espanha, havia refugiados do país vizinho pelos campos, "comiam até o musgo das paredes, com a fome que tinham" dizia-me ele de vez em quando. Depois a II Guerra Mundial, o racionamento, e as irmãs dele - minhas tias - adoeceram gravemente - "entuberculisaram", como se diz na Arrifana. O pai do meu pai morreu, e era ainda ditadura. O meu pai namorou e desfez-se o namoro, casou e teve filhos e enviuvou, e casou de novo com a primeira namorada e teve mais filhos e, em todo este tempo, era sempre, sempre, sempre a mesma ditadura.


(Talvez eu já tenha contado aqui esta história; honestamente não estou certo se o fiz ou não. Para mim é como uma oração familiar.)

Só quando o meu pai tinha já cinco filhos e quarenta e cinco anos que viu a democracia pela primeira vez. Poucos depois do 25 de abril viu em Lisboa, numa manifestação, um velhinho que chorava copiosamente num dos passeios da Almirante Reis, enquanto via a multidão subir a avenida. "Achei que já não chegava a ver este dia", disse-lhe o homem. Um ano depois o meu pai, e espero que aquele homem também, votaram pela primeira vez numas eleições livres e justas.

Hoje o meu pai é aquele velhinho. Ainda na aldeia preparamo-nos para o ritual cada vez mais frágil do voto. "Acho que desta vez ele já não consegue", diz a minha mãe, forçando-se a ser objetiva. Ele insiste uma, duas vezes: "se não votar com a mão esquerda (é canhoto) voto com a direita (com que foi ensinado a escrever)". A voz dele ficou afetada recentemente, temos dificuldade em entendê-lo.

A minha mãe vem com a minha irmã num carro, e eu trago o meu pai no meu. Na estrada para Lisboa digo-lhe em que lugares do boletim estão os candidatos. "Eu conheço a cara deles", diz-me. Já na cidade, apanhamos a minha sobrinha. Aqui há uns anos o ritual dos votos incluía um almoço de bife numa cervejaria. Hoje seria demasiada confusão para eles.

Chegamos à escola secundária onde estudaram os meus irmãos. Novo obstáculo: não trouxemos cadeira de rodas. A minha mãe, apenas um ano mais nova que o meu pai, vota imediatamente e explica o nosso problema à mesa de voto.

E em dia eleitoral opera-se momentaneamente a magia cívica. O presidente da mesa de voto indica-nos os bombeiros. Os bombeiros têm uma cadeira de rodas. Um deles vem buscar o meu pai. Trata com jovialidade, com alguma ternura até, aquele velhinho que nunca viu.

De repente o meu pai está na mesa de voto, sem sair da cadeira de rodas. Foi tão rápido aqui chegar como é lento o que se passa a seguir. Numa sala silenciosa, com todos os membros da mesa de voto, e a minha mãe, e eu, e o bombeiro a torcermos por ele, o meu pai demora uma eternidade a fazer o primeiro traço da cruz. Quando achamos que terminou, demora outra eternidade a fazer o segundo traço. Demorará mais ainda a dobrar o boletim. Ninguém se aproxima, ninguém o apressa, deixamo-lo levar o seu tempo.

Está, finalmente, feito. À saída da escola, a minha mãe diz o que sempre diz nestes dias: custou muito conquistar isto, tantos anos sem poder votar, etc. - outra oração familiar. Ela está orgulhosa. O meu pai acabou por votar com a mão direita, sabemo-lo bem, e num candidato de esquerda. Aconteça o que acontecer, valeu a pena.

Mas, sinceramente, eu gostaria de o ver repetir daqui a quinze dias.» [Público via Cibertulia]

Autor:
Rui Tavares.

21 de janeiro de 2011

É a nossa vez de ajudar Cavaco Silva.

Quando foi primeiro-ministro Cavaco Silva ajudou o país promovendo as reformas necessárias para melhorar a competitividade externa, designadamente, em domínios como o ensino ou a formação profissional, eleitos como prioritários na sequência da adesão à CEE.


Cavaco ajudou também a agricultura portuguesa, preparou-a para resistir num mercado competitivo e exigente com medidas como o desmantelamento das medidas de protecção acordadas com a CEE ainda antes do prazo previsto.

Ajudou também muita gente de poucas posses, alguns dos quais se vieram a transformar em banqueiros bem sucedidos, tão bem sucedidos que as acções das suas empresas chegaram a valorizar-se mais de 70% ao ano.

Como Presidente da República Cavaco Silva usou os seus vastos conhecimentos de economia (excepto no domínio das acções com nomes ingleses) para ajudar a economia portuguesa a resistir à crise financeira internacional.

Ajudou ainda a encontrar uma melhor localização para o novo aeroporto de Lisboa, o que levou à opção por Alcochete, por coincidência em terrenos vizinhos aos de um dos seus vizinhos na Quinta da Coelha.

Está na hora de os portugueses fazerem prova da sua gratidão e generosidade e ajudar Cavaco Silva, agora que ele precisa. Ajudemo-lo a terminar a carreira política antes que deixe de ter idade para gozar das suas pensões, carteira de acções e Quinta da Coelho e a terminar o mandato de Presidente da República com a dignidade que o cargo merece.

O Jumento

19 de janeiro de 2011

Ordem de Trabalhos para Reunião da Câmara Municipal de Mafra

Ordem de Trabalhos para a Reunião ordinária (pública) da Câmara Municipal de Mafra, a realizar no próximo dia 20 de Janeiro de 2011 pela 15.00 horas

Mas a crise não era só portuguesa?

«"Entre 2007 e o final de 2009, perderam-se pelo menos 30 milhões de empregos a nível mundial como resultado da crise financeira", diz o 'World Economic Situation and Prospects 2011' da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Este relatório aponta que a taxa média de desemprego na zona euro terá ficado nos 10,1 por cento em 2010, apesar de algumas melhorias verificadas no mercado de trabalho da Alemanha, comparado com 7,5 por cento registados antes da crise eclodir.» [DN]

18 de janeiro de 2011

Vale a pena recordar!

«Sá Carneiro era um grande senhor. Mário Soares é, no máximo, um gajo porreiro. E Cavaco Silva é, no máximo, um tipo vulgar. (...) Cavaco Silva é democrata porque tem de ser, e autocrata quando o deixaram ser. (...) eliminou voluntariamente os pa...rceiros, liquidou talentosamente os concorrentes e construiu um poder rigorosamente pessoal, e, nesse sentido, ilimitado.»


Paulo Portas, ‘O Independente' (30 de Novembro de 1990), a propósito do aniversário da morte de Sá Carneiro.



«A única razão para a teimosia de Cavaco Silva é o medo da liberdade verdadeira, o pânico de uma informação que não pergunta ao dono o que é proibido dizer. (…) Eis a prova dos nove de que Cavaco Silva teve, tem e terá sempre a cabecinha de um funcionário público.»

Paulo Portas, ‘O Independente' (Março de 1990), a propósito da abertura da televisão à iniciativa privada.

13 de janeiro de 2011

As crianças também têm direito a perceber o caso BPN

‘Era uma vez um Presidente da República que foi accionista de um banco, ganhou muito dinheiro com isso e, quando foi eleito, convidou um antigo dono do banco para o Conselho de Estado. Percebeu?


Gonçalo Bordalo Pinheiro, O caso BPN explicado às crianças

Cavaco sonso.

"Não, esse costuma fazer de conta que quer a nau catrineta chegada a bom porto. Mas em dias, como ontem, em que se acalmam mares e ventos, dias em que surge a ténue esperança de a nau chegar a terra, esse, o cágado, retira a máscara e declara: "Não podemos excluir a possibilidade de ocorrer uma crise grave em Portugal, não apenas no plano económico e social, mas também no plano político." Se é isto um político responsável vou ali e já venho. Vergonha para os políticos portugueses - e falo dos de todos os partidos que estão dispostos a governar - que não souberam apresentar alternativas a este sonso."
Ferreira Fernandes, Cavaco tal e qual Cavaco tem sido

7 de janeiro de 2011

A Dinâmica das Juventudes Partidárias no Concelho de Mafra

A Politica no Concelho de Mafra está a mudar, esta mudança está a exactamente a começar pelas Juventudes partidárias.


Primeiro foi a Juventude Socialista (JS) que com uma série de iniciativas do âmbito social demonstrou claramente que ser jovem e estar na Politica não se resume a andar de bandeira na mão durante as campanhas eleitorais, a entrega de roupas, alimentos e brinquedos por associações ou instituições sociais foi uma verdadeira “pedrada no charco”, a intervenção dos Jovens Socialistas com ideias e forçando o debate no Concelho fez com que da parte de outras forças politicas existisse uma reacção. Seguiu-se a Juventude Social-democrata, a recém eleita Comissão Politica da JSD apresou-se a apresentar trabalho, começou pela formação dos seus Militantes e pela organização de um jantar de recolha de fundos para a ajuda a uma instituição social, por fim a Juventude Popular (JP) que surge com uma força que tem vindo a surpreender, campanhas em Escolas, protocolo entre a JP e Junta de Freguesia de Sto. Estêvão das Galés para aulas de apoio escolar.

Saúdo todos os jovens do Concelho que se empenham e batem por valores em que acreditam, que estão a contribuir para mudar esta nossa terra, porque afinal no fim de contas o que nos une é mais forte do que nos separa!

4 de janeiro de 2011

Cavaco Silva, candidato presidencial

Começa a ser evidente que Cavaco está preocupado com o caso BPN, diria mesmo que estão mesmo muito preocupado, só isso justifica a tentativa clara de atirar poeira para os olhos dos eleitores, desviando a sua atenção daquilo que interessa saber nesta presidenciais, se a actuação de Cavaco Silva no negócio de acções da SLN é ou não um comportamento próprio de alguém que é e quer continuar a ser Presidente da República.




A última tentativa de fazer desviar a atenção dos seus negócios para a actual gestão do BPN é mesmo desonesta, o que não falta neste mundo são administradores de mais de um banco bem maiores do que a CGD e BPN, um bom exemplo é o de Horta Osório cujo nome Cavaco tem usado e abusado nesta campanha, quando era administrador do Santander em Londres acumulava com a administração nada mais, nada menos do que do Banco de Inglaterra.

Vale também a pena recordar quando Cavaco Silva era primeiro-ministro o então secretário de Estado do Orçamento acumulava as finanças do país com as do PSD, enfim, coincidências. Cavaco parece andar mesmo muito nervoso com o que possa saber do caso BPN.


«"Muitos não leram adequadamente aquilo que eu afirmei. Eu fiz uma comparação entre aquilo que aconteceu com bancos ingleses, e até podia mencionar os bancos irlandeses, que sofreram prejuízos gigantescos e depois foram nomeadas administrações altamente profissionais e independentes", disse Cavaco Silva, que hoje iniciou uma visita de dois dias à Madeira, no âmbito da corrida às presidenciais de 23 de Janeiro.» [DE]

22 de dezembro de 2010

O Caso BPN não existe!

‘(…) João Semedo voltou a lembrar a peculiar governança do BPN de Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Miguel Cadilhe e outros próceres do cavaquismo. Segundo o deputado do BE, Cavaco Silva e a filha (e, como eles, outros clientes especiais) obtiveram ganhos de 140% nas aplicações feitas. Sobre o assunto, o Presidente da República emitiu este comunicado a 23 de Novembro de 2008.


O que é revelador é que nenhum Cerejo, nenhuma Cabrita, nenhuma Manelona, nenhum Crespo, nenhum justiceiro da bloga, nenhum magistrado de Aveiro, nenhum super-juiz, nenhum colunista das Brigadas Anti-Sócrates (e são 30, os encartados, metade juristas), nenhum Medina, nenhum Duque, nenhum historiador, nenhum jovem turco da República morta, nenhum candidato presidencial, nenhum assessor doublé de repórter na imprensa marron, nenhum representante da Fatah nos media radical-chic, nenhuma das criaturas que formata a opinião... se interesse pelo backstage do banco da Loja P2, perdão, do banco da Sociedade Lusa de Negócios. Decididamente, a fraude do século não comove ninguém.’

Eduardo Pitta, BPN NÃO EXISTE