26 de maio de 2010

Despedida.

Zé Luis: começámos esta tua última viagem (tu gostavas de viagens) na cama 56 dos serviços de cirurgia 1 do Hospital de Santa Maria. Lia-te poesia e um dia parámos neste poema da Sophia de Mello Breyner:

”Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A Força dos teus sonhos é tão forte,
Que tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias”.

Assim foi.

No teu visionário e intenso mundo, a voracidade de um cancro traiçoeiro não te consumiu a alegria, a coragem, a liberdade. Entraste pela morte dentro de olhos abertos. O mundo que habitavas era rico de ideias, de sonhos, de projectos, de honradez e carinho. Percebemos o que ia acontecer quando no fundo do teu olhar sorridente brilhava uma estrela de tristeza. Quando te deixava ao fim do dia na cama 56 e te trazia no coração enquanto descia a Alameda da Cidade Universitária a respirar o teu ar da Universidade, das aulas e dos alunos que adoravas, do futuro em que acreditavas sempre.
Foste intolerável com a corrupção, com os cobardes e oportunistas. Não suportavas facilidades. Resististe à sordidez, à subserviência, à canalhice disfarçada de respeitabilidade e morreste como sempre viveste - livre.

Uma palavra para aqueles que te acompanharam nesta última viagem: para os melhores médicos do mundo, para as melhores equipas de enfermagem e de apoio, num exemplo de inexcedível dedicação ao serviço médico público. Vivi com emoção diária o carinho com que te cuidaram.
Uma palavra de gratidão sentida para o Professor Luis Costa e para o Paulo Costa. E para um velho amigo de sempre o Miguel.

Também para Laura e para o Jorge e para a minha mãe e toda a família que nunca te deixou. Por fim uma palavra para aqueles amigos que inventaram uma barricada contra a morte no serviço de cirurgia 1, cama 56, e te ajudaram a escrever, a pensar, a continuar a trabalhar: o João Gama, o João Pereira e senhor Albuquerque, cada um à sua maneira.

Suspiraste nos meus braços pela última vez cerca da 1,15 da madrugada do dia 14 de Maio. Vai faltar-me a tua mão a agarrar na minha enquanto passeávamos e conversávamos.

Provavelmente uma saudade ridícula, perante a força do exemplo e da obra que nos deixaste e me foi trazido por todos aqueles que te homenagearam – a quem deixo a tua eterna gratidão.

Tenham a coragem de continuar.

[16.05.2010 - Maria José Morgado]

*O elogio fúnebre de Maria José Morgado a Saldanha Sanches.

19 de maio de 2010

Quinta-feira há cozido, sexta-feira há moção de censura.

O PCP apresentou uma moção de censura ao governo, a qual vai ser discutida no Parlamento sexta-feira, perante a indiferença do país. A decisão do Comité Central dos comunistas tem três objectivos. Um: enquadrar politicamente a manifestação dos funcionários públicos, marcada para 29 deste mês, e outras contestações sociais que eventualmente possam surgir; dois: marcar a «agenda» política da oposição, retirando iniciativa e margem de manobra ao BE; três: «demonstrar» que o governo socialista não cai porque é sustentado pela «direita», ou seja, sublinhar que «são precisos dois para dançar o tango». A apresentação desta moção de censura não vai dar mais um voto ao PCP, antes pelo contrário. Lembremo-nos que o resultado das grandes manifestações dos professores e da função pública, conduzidas pelo PCP, levaram os comunistas a partido com menos deputados na Assembleia da República. O PCP é um partido que vegeta num limbo: nem é um corpo de «revolucionários profissionais», à moda leninista, preparados para a tomada do poder por meios violentos, nem um partido «reformista» que usa a sua expressão eleitoral para chegar ao poder, por via democrática, e alterar as condições de vida e de bem estar dos cidadãos. O PCP é um partido que se conformou com uma estratégia defensiva, parlamentar, a mendigar uns votos e uns deputados, mesmo quando o «imperialismo, estado supremo do capitalismo» atravessa uma das maiores crises de sempre. A derrota em 25 de Novembro de 1975 e a queda do muro de Berlim desmoralizaram-nos totalmente. O «mundo socialista» em que se revêem, a começar na Coreia do Norte e a acabar em Cuba, deram-lhe a estocada final.

No Aparelho de Estado.

Quero acreditar!


Ontem a RTP mostrava numa reportagem um jovem casal, ela de 19 anos e ele de 21, nos braços uma criança e o local era um Centro de Emprego.

A triste realidade de uma geração sem rumo e sem certezas quanto ao futuro, a tristeza estampada no olhar de quem não sabe o dia de amanhã.
Os desempregados têm um rosto, um nome e família, são Portugueses e sofrem na pele a grave crise que atravessamos.

Ao vermos os números crus e frios das estatísticas nunca podemos esquecer que existem pessoas, homens e mulheres por detrás de cada número.


A tristeza com que fiquei ao ver aquele jovem casal, símbolo de um Portugal que não quero ver, deve-nos levar todos a meter a mão na consciência e a reflectir sobre o estado a que chegámos.

Quero acreditar que isto vai passar, quero acreditar que Portugal e os Portugueses vão estar à altura deste desafio, quero acreditar que aquele jovem casal vai ter motivos para sorrir e aquela criança vai ter orgulho um dia de dizer “Sou Português”!

18 de maio de 2010

"Os dados estão lançados!"


Vivemos dias que serão sem duvida um “case-study” daqui a alguns anos, uma Europa desorientada e descoordenada, uma Economia de rastos com as finanças dos Países na lama, um mercado a necessitar de calmantes, líderes fracos e apáticos e um triste cortejo de desempregados por esta Europa fora.

A União Europeia tem neste (forte) embate uma dura prova a superar, ficaram bem patentes as fragilidades da U.E e do Euro que está a ser alvo de um feroz ataque especulativo dos “homens de fato negro” e das Agencias de Raiting.

O que está a ser proposto pela União Europeia aos seus Estados membros é uma gestão financeira da crise, quando ela deveria de ser resolvida ou gerida de forma económica e política, está estratégia ira trazer baixo crescimento económico, desemprego e um aumento dos impostos.
Estamos perante cenários que podem trazer dias muito complicados aos cidadãos Europeus, a contestação social e a perca do poder de compra são um forte combustível que pode ajudar a incendiar uma Europa fragilizada.

Tenhamos todos uma forte ambição em levar Portugal para a frente, cada um de nós pode e deve desempenhar um importante papel nestes dias que se avizinham!
“Os dados estão lançados!”

14 de maio de 2010

Tive medo, muito medo!!!!!

O TEMOR DE UM SIMPLES MORTAL

Quinta-feira, 13 Maio de 2010

A RTP 1 transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A SIC transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A TVI transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A RTP África transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A TSF transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

A Rádio Renascença transmitia em directo as cerimónias de Fátima.

Tive medo de ligar a torradeira...

12 de maio de 2010

Claro que Alegre não desertou

No seu site, ontem: "Manuel Alegre Melo Duarte cumpriu o serviço militar, nomeadamente em África e em situações de combate." Alegre, de quem se dizia que foi um desertor, teve de vir dizer que não o foi, esteve em Angola, em situações de combate, foi preso e mandado regressar a Portugal - de onde, na iminência de ser preso pela PIDE, exilou-se, em 1964. Parecerá uma declaração insólita mas as calúnias que há para aí (o para aí são as caixas de comentários que a Internet permite) obrigaram Alegre a fazê-la. Calúnia batida: ele teria pisado a bandeira portuguesa. Ora Alegre já respondeu a isso e há muito: os seus poemas dos anos 60 são de um homem que amava o seu país. Mas de que vale a palavra contra a insídia? Alegre foi obrigado a vir dizer que não foi um desertor. Eu, que desertei em 1969 e voltaria a fazê-lo se me obrigassem a participar na guerra colonial do lado que não era o meu, sei que ele não foi um desertor (e, já agora, eu também não, mas isso não interessa). Ele não desertou porque teve opinião, por a ter foi preso e teve de se exilar - e não me apetece ter de explicar que ir para o exílio não era o caminho mais fácil. Desertores, nos anos 60, foram os que calaram. Eu, como não sou candidato a nada, estou-me borrifando para as caixas de comentários.

Ferreira Fernades DN

Portugal positivo!

PORTUGAL CRESCE 1% NO PRIMEIRO TRIMESTE


Os números do INE superaram as estimativas e confirmam que Portugal escapou a uma nova recessão. Portugal teve mesmo o melhor desempenho em toda a União Europeia.


Nos primeiros três meses do ano, a economia portuguesa cresceu 1% face ao último trimestre do ano passado, indica a estimativa rápida do INE.No mesmo período, o PIB da zona euro avançou 0,2%.

Entre os 27 estados-membros da UE, Portugal foi o que mais cresceu nos primeiros três meses de 2010.Em termos homólogos (face a igual período de 2009), o PIB nacional avançou 1,7%.

Melhor só no último trimestre de 2007, período em que a economia tinha progredido 1,8%.

"O aumento do PIB em termos homólogos no primeiro trimestre esteve parcialmente associado a um efeito de base (o PIB no primeiro trimestre de 2009 diminuiu 3,7%), verificando-se uma melhoria dos contributos da Procura Interna e da Procura Externa Líquida, mais intensa no primeiro caso", refere o INE.

10 de maio de 2010

Coisinha boa!

Rastejantes!

— Como é que fazes para te deslocar, se não tens patas? – pergunta o elefante à cobra que acaba de encontrar.
— É muito simples – responde a cobra. – Rastejo e isso permite-me avançar.
— Ah... E como é que fazes para te reproduzir, se não tens tomates?
— Também é simples: ponho ovos.
— Ah... E como é que fazes para comer, se não tens mãos nem tromba? – insiste o elefante.
— Não preciso – explica a cobra. – Abro a boca assim, bem aberta, e engulo directamente a presa com a garganta.
— Ah... Ok, ok... Então, resumindo... Se rastejas, não tens tomates e só tens garganta... És chefe de quê?

5 de maio de 2010

A procissão

Alguém se recorda do desempenho de Medina Carreira, tem ideia de ter deixado a imagem de um grande ministro das Finanças, se lembra de algo que o homem fez quando era ministro?

Alguém se recorda do desempenho de Cavaco Silva quando era ministro das Finanças? Não? Pois eu recordo-vos a medida mais importante que adoptou enquanto ministro das Finanças, revalorizou o escudo pondo de pantanas a competitividade da economia portuguesa.

Alguém se recorda do “brilhante” desempenho de Pina Moura quando foi ministro das Finanças? Não fez nada, junto este ministério ao da Economia de que já era ministro, durante muito tempo deixou o ministério das Finanças a navegar com piloto automático e acabou a inventar cinquenta medidas para reduzir a despesa pública. Foi ele um dos grandes responsáveis pela queda de Guterres, liberto do governo foi para a Iberdrola, uma empresa de um sector que tutelou enquanto ministro da Economia.

Alguém se recorda do desempenho de Luís Cunha enquanto ministro das Finanças? Ninguém se lembra porque não chegou a aquecer o lugar, abandonou-o perante a indignação dos portugueses por causa da pensão que recebe do Banco de Portugal que justificou como um “direito adquirido”. Alguém se recorda do desempenho de Miguel Beleza enquanto ministro das Finanças? Não, porque foi discreto, nem sempre um bom professor dá um bom ministro, Miguel Beleza foi um bom exemplo disso.

Se os portugueses soubessem quanto ganha cada um dos velhos do Restelo que vão ajudar Cavaco Silva na crise política que está a tentar promover duvido que algum deles desse a cara. Quanto ganha Medina Carreira em pensões, avenças e programas de televisão? Quanto ganha Pina Moura na Iberdrola, fora as competentes pensões, sem falar no que ganhou na Media Capital? Quanto ganha Ernâni Lopes na sua empresa? Quanto ganha Cavaco com as várias pensões mais a Presidência?

O que estes senhores ganham, muitos deles já debilitados física e mentalmente, é certamente uma ofensa para muitos portugueses. Mas como podem esconder o que ganham podem exibir o seu estatuto para se armarem em mais portugueses do que os outros e serem recebidos por Cavaco Silva como se fossem um grupo de sábios.

Na hora de escolher os culpados sobre a desgraça a que a economia portuguesa foi conduzida teremos que eleger em primeiro lugar precisamente os sucessivos ministros das Finanças. Foram eles que permitiram a transformação do Estado num monstro que absorve os recursos nacionais, foram eles que não controlaram a despesa pública, foram eles que ajudaram a multiplicar institutos e direcções-gerais, foram eles que nomearam os boys incompetentes para as empresas públicas.

A sua responsabilidade no estado do país é tal que deveriam ter vergonha de aparecer em público ou ir a programas de televisão dar lições aos outros. Mas neste país não há vergonha na cara e até vão em procissão a Belém convencidos de que com a crise política conseguirão melhores oportunidades de negócio.

No Jumento

AS MULHERES BONITAS FAZEM MAL À SAÚDE

«As mulheres bonitas são um problema para a saúde dos homens. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Valência, em Espanha, que detectou sinais de stress nos homens que conviviam com uma mulher bonita.

Os investigadores testaram 84 homens. O que tinham de fazer era resolver um problema de Sudoku numa sala onde estavam dois estranhos, um homem e uma mulher. Quando a mulher abandonava a sala, os níveis de stress do indivíduo testado mantinham-se normais. Mas, quando a mulher entrava, os níveis de cortisol, a hormona do stress e da adrenalina, subiam.

“Este estudo prova que os níveis de cortisol masculino aumentam depois de um breve contacto social com uma mulher jovem e atraente”, concluíram os investigadores. O efeito pode ser ainda maior quando os sujeitos consideram que a mulher em questão pode estar fora do seu alcance.O cortisol é essencial à vida. Tem efeitos nomeadamente no bem-estar dos indivíduos, mas níveis elevados podem ter efeitos negativos na saúde, podendo provocar problemas de coração, hipertensão ou diabetes.» [i]

4 de maio de 2010

O Lixo!

O artigo de Paul Krugman, publicado no i:

«As mensagens de correio electrónico em que nos devemos deter são as dos funcionários das agências de avaliação do risco de crédito (credit rating agencies), que atribuíram uma classificação AAA a centenas de milhares de milhões de dólares de activos duvidosos que se viria a perceber mais tarde serem quase todos lixo tóxico. Não se pense que se trata de uma hipérbole. Longe disso: dos títulos hipotecários subprime classificados com AAA em 2006, 93% – 93 por cento! - foram agora considerados lixo.»

Ler tudo.

3 de maio de 2010

Da Freguesia de Mafra. "Mafra merece melhor"

Os eleitos do Partido Socialista na Assembleia de Freguesia de Mafra criaram um espaço na Net onde dão a todos os eleitores a sua perspectiva do que vai acontecendo e das suas propostas e iniciativas.
Mais uma prova de que as coisas estão de facto a mudar no relacionamento entre eleitos e eleitores no Concelho de Mafra, o PS não se esgota aquando das eleições, e o respeito para com as pessoas é para levar a sério!

O Blog pode ser encontrado aqui!