O PCP apresentou uma moção de censura ao governo, a qual vai ser discutida no Parlamento sexta-feira, perante a indiferença do país. A decisão do Comité Central dos comunistas tem três objectivos. Um: enquadrar politicamente a manifestação dos funcionários públicos, marcada para 29 deste mês, e outras contestações sociais que eventualmente possam surgir; dois: marcar a «agenda» política da oposição, retirando iniciativa e margem de manobra ao BE; três: «demonstrar» que o governo socialista não cai porque é sustentado pela «direita», ou seja, sublinhar que «são precisos dois para dançar o tango». A apresentação desta moção de censura não vai dar mais um voto ao PCP, antes pelo contrário. Lembremo-nos que o resultado das grandes manifestações dos professores e da função pública, conduzidas pelo PCP, levaram os comunistas a partido com menos deputados na Assembleia da República. O PCP é um partido que vegeta num limbo: nem é um corpo de «revolucionários profissionais», à moda leninista, preparados para a tomada do poder por meios violentos, nem um partido «reformista» que usa a sua expressão eleitoral para chegar ao poder, por via democrática, e alterar as condições de vida e de bem estar dos cidadãos. O PCP é um partido que se conformou com uma estratégia defensiva, parlamentar, a mendigar uns votos e uns deputados, mesmo quando o «imperialismo, estado supremo do capitalismo» atravessa uma das maiores crises de sempre. A derrota em 25 de Novembro de 1975 e a queda do muro de Berlim desmoralizaram-nos totalmente. O «mundo socialista» em que se revêem, a começar na Coreia do Norte e a acabar em Cuba, deram-lhe a estocada final.
No Aparelho de Estado.
1 comentário:
E no Sábado há cabeça de porco.
Há moda do Tomaz Vasques
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