4 de março de 2009

Todo mundo tem pentelho só a bailarina que não tem.

Circula por aí um coro afinado a querer avisar os socialistas dos «perigos» que correm porque o congresso do último fim-de-semana não teve «conteúdo nenhum» a não ser render o «culto da personalidade» à volta de José Sócrates. Quanto ao «conteúdo» do congresso, o que me surpreende é que ainda há alminhas que acreditam que um congresso partidário, nesta sociedade televisiva e mediatizada, se destina a «discutir ideias». Destina-se apenas a transmitir «mensagens» aos eleitores. E isto é verdade para todos os partidos, desde o PCP ao CDS-PP, com maior incidência nos «partidos do poder». Em 2002, já lá vão 7 anos, no Público escrevia-se assim: «O PSD saiu ontem do seu XXIV congresso como para lá entrou: na mesma. Já o Governo, considera que saiu do Coliseu de Lisboa reforçado na sua acção e na sua estratégia. E terá sido precisamente para isso que serviu esta reunião dos sociais-democratas: mostrar que o partido está unido e solidário com o executivo.» Há alguma novidade? Quanto ao «culto da personalidade» não é mais do que o prolongamento do «culto da imagem» que avassala a política nos dias que correm. E aqui, o que me surpreende é o facto de os mesmo que se entregaram de alma e coração ao «obamismo» não reconhecerem, neste «culto da personalidade», por emotividades locais, a mesma «estratégia» comunicacional. Há quem não perceba a voragem do «tempo que passa» e queira avaliar comportamentos e situações presentes à luz de critérios de avaliação vigentes, pelo menos, há meio século atrás. Não sabemos até onde este «estado das coisas» pode evoluir, mas é esta a realidade.

Por Tomás Vasques

3 comentários:

Elisiário Figueiredo disse...

Caro Pedro Tomás
Este tipo de Festa / Entronização só serve para fins publicitários, nada foi acrescentado à discussão, aliás no PS já nada se discute, tudo vem pré-feito "lá de cima" para consumo imediato dos de "cá de baixo".

A escolha do SG por eleição directa foi o maior erro em que o PS caiu, fez com que deixa-se de existir congressos e passa-se a existir "aquilo, a coisa" onde não se discutem ideias, não é preciso lembrar o Congresso com a escolha entre Sócrates e Alegre ou, para falar no PSD o Congresso com a escolha entre Santana Lopes e Durão Barroso, onde existiu discussão de ideias, onde existiram verdadeiros Congressos, por isto tudo, desta vez Tomás Vasques não tem razão.

Um abraço

Anónimo disse...

PS = Cócó

Pedro Tomás disse...

Grande Santana, sem duvida o comentario mais profundo em 4 anos de Sombra do Convento! :)