A revisão legislativa sobre o financiamento dos partidos é institucionalmente escandalosa. A nova lei aprovada por todos os partidos com representação parlamentar ainda não saiu do Parlamento — a sua redacção final ainda nem sequer foi submetida aos deputados — e a líder do PSD já está disponível para alterá-la, o que é politicamente escandaloso.
O mais escandaloso, porém, é que se mantém uma notória lacuna da lei a revogar e ainda vigente. Objectivamente, o novo articulado continua a ignorar as sobras das importâncias entregues pelo Estado para as campanhas eleitorais. Este aspecto só intencionalmente é que se justifica que perdure. O que fazer com o nosso dinheiro que não for utilizado em campanha? Está na cara: perguntem ao ainda presidente da Câmara de Oeiras, o único a reconhecer abertamente que se abotoa com ele.
Em suma: aumenta escandalosamente o financiamento partidário privado sem controlo possível e, mais ainda, os dinheiros públicos vão continuar a servir para que uns quantos se isaltinem à grande! Já aqui o disse e repito: passo-me com isto! Depois não se esqueçam de promover profundíssimos debates sobre os motivos da abstenção e de perguntar com ar de virgens ofendidas por que razão a política atingiu o actual descrédito.
Querem dinheiro para as campanhas e para umas isaltinices? Vão ao Parlamento fazer peditórios aos deputados, que os nossos impostos e taxas já têm muito para onde ir. Pela minha parte, estou a ficar farto de andar a sustentar sobrinhos taxistas na Suíça.
Delito de Opinião
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