"Recados" de Cavaco tiveram resposta do primeiro-ministro.
Analistas políticos dizem que as "farpas" que Cavaco enviou ao Governo tiveram resposta de Sócrates, que disse que o País não precisa da política do "recado" e do "remoque". Quem ganha com a subida da temperatura?
Palavras de José Sócrates contra os que fazem a política "do recado, do remoque, do pessimismo e do bota-abaixo", sábado à tarde, numa sessão das "Novas Fronteiras" do PS, estão a ser interpretadas como sendo a resposta do líder socialista ao duro discurso sobre a crise produzido sexta-feira pelo Presidente da República na Universidade Católica, num congresso empresarial.
Cavaco Silva afirmou, por exemplo, que seria "um erro muito grave, intolerável mesmo, que na ânsia de obter estatísticas económicas mais favoráveis e ocultar a realidade se optasse por estratégias de combate à crise que perpetuassem os desequilíbrios já existentes". Sábado, aparentemente em resposta, Sócrates disse que aquilo de que o país precisa é de "políticos que apontem o caminho": "Não precisamos de quem só diz o que não podemos fazer", acrescentou o líder socialista - que à entrada do evento tinha explicitamente recusado comentar o discurso presidencial da véspera.
Estalou o verniz entre a Presidência da Republica e o Governo, Cavaco passou ao “ataque” deixando claro que o Governo deve falar a verdade aos Portugueses e que não deve “camuflar” a actual crise.
Com estas farpas a Presidência da Republica passou a ser uma caixa de ressonância do principal partido da oposição.
É para mim bem claro que a escolha deste momento para o início de uma confrontação mais aberta não surge por acaso e prepara o caminho ao PSD para as eleições que estão à porta.
A “Politica da verdade” que é apregoada pelo PSD não aponta caminhos, não identifica os problemas e não dá soluções, é fácil falar em verdade quando se está acantonado num Partido que não consegue transmitir aos Portugueses qualquer confiança, falar a verdade é identificar os problemas e apontar soluções, falar a verdade é não esconder as dificuldades mas não deixar que estas possam significar o “baixar de braços”.
Não me parece de bom censo que numa altura em que todos estamos a braços com uma grave crise o Presidente da Republica comece a ser uma parte do problema e não uma parte (importante) da solução, nesta conjuntura o governo deve agir com muita precaução, os Meses que se seguem vão ser de ataque serrado a tudo o que é Socialista, a estratégia parece-me bem clara para pelo menos retirar a maioria absoluta e desta forma colocar o PS numa posição de fragilidade.
O pior ainda está para vir, quer em termos económicos, quer em termos políticos, e os tempos que se avizinham vão ser um duro teste às capacidades dos Portugueses!
P.S: Já que tanto se fala em Verdade o PSD podia começar por explicar esta notícia.
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