2 de fevereiro de 2009

Apocalypse Now

Vivemos dias complicados, basta abrir um jornal ou ver os telejornais para assistirmos a uma verdadeira enxurrada de más noticias é a Economia, o desemprego, a violência, o clima global que parece cada vez mais fora de controlo, é toda uma civilização que parece cada vez mais à beira do colapso.
Somos todos sem excepção protagonistas de um filme classe B, sentimos na pele as consequências da ganância e de um mercado desregulado, de décadas de incúria e de desrespeito quer pelo nosso planeta quer também pelos nossos semelhantes.
Temos de ser fortes, manter a capacidade de olhar em frente e ver as alternativas, não existem soluções que não tragam consigo uma ruptura com o passado, é este o grande desafio do início do Século XXI, mudar um sistema, alterar o rumo e executar as alterações necessárias.

4 comentários:

Elisiário Figueiredo disse...

Um dos maiores erros dos últimos anos foi o esvaziamento ideológico dos partidos, esta teoria da politica única criada pela cultura neoliberal juntamente com a desregulação dos mercados deu nesta crise económica mas não só, é também uma crise de valores, hoje mais do que nunca é necessário reafirmar, no nosso caso, os valores do Socialismo em Democracia.

Anónimo disse...

Concordo inteiramente.
Um forte abraço

Anónimo disse...

A Globalização, tal como foi concebida, vai determinar o fim da Europa social que conhecemos.
O ocidente caiu na armadilha da Globalização que os bancos e as grandes companhias lhe venderam. A actual crise não é apenas uma crise criada pela especulação bolsista americana e pela não fiscalização das reservas de segurança da generalidade dos bancos e dos fluxos monetários com destino aos paraísos fiscais onde depois se perde o rasto do dinheiro. Os bancos e as grandes companhias visavam a obtenção de maiores lucros. Os primeiros procuravam a liberdade total para fazerem o que muito bem entendessem ao dinheiro que lhes era confiado; os segundos pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no extremo oriente em virtude dos baixos salários e da inexistência de obrigações sociais. O resultado está à vista: o descalabro bolsista e bancário, a falência de bancos e a necessidade de corte nas produções industriais das empresas, mesmo das que se mudaram para os novos países, porque as produções se destinavam sobretudo à exportação para o ocidente e para as populações com maior poder de compra agora em rápido declínio, fruto da globalização criada.
Ao aderirem ao desafio dessa globalização, os países ocidentais e da União Europeia prometeram ao seus cidadãos que as suas economias se tornariam mais robustas e competitivas e não exigiram aos países do oriente que prestassem às suas populações mais e melhores condições sociais: regras laborais justas, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice para poderem aceder livremente aos mercados ocidentais. Não! o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação desses países sem que essas condições fossem satisfeitas, criando assim uma concorrência desleal e “selvagem” da qual o ocidente nunca poderá ganhar. A única solução será a de nivelar as condições sociais dos trabalhadores ocidentais pelas desses países e que são miseráveis (crianças chegam a ser vendidas pelos próprios pais para servirem de escravos). O ocidente franqueou as suas portas a países que estão em rápido desenvolvimento tecnológico com custos de mão de obra insignificantes e sem comprometimento com a defesa do ambiente, com tecnologias altamente poluidoras e mais baratas.
Estamos a assistir neste momento a uma tentativa desesperada de resistir a uma guerra perdida, nivelamento por baixo as condições sociais dos trabalhadores ocidentais. Daí a revolta que se observa nos vários países da UE. Mas será que os trabalhadores ocidentais vão aceitar trabalhar a troco de dois ou três quilos de arroz por dia, sem direito a descanso semanal, férias, reforma na velhice, etc...? Não! O resultado será um lento definhar em direcção ao caos e enquanto umas empresas fecham portas para sempre, outras se deslocam para a China ou para Índia para não serem sufocadas pela concorrência desleal, mas, até mesmo essas terão que reduzir a sua produção porque os ocidentais estão a perder rapidamente poder de compra. Entretanto, no ocidente a indigência, a marginalidade e o crime mais ou menos violento irão crescer e atingir níveis inimagináveis, apenas vistos em filmes de ficção ou referidos nos escritos bíblicos do apocalipse. Espera-nos uma espécie de nova “Idade Média”, onde restarão alguns privilegiados, protegidos por alta segurança, enquanto a maioria se afunda no caos: desaparecerá a chamada classe média e de remediados. Há que recuar mas será que ainda vamos a tempo?

Zé da Burra o Alentejano

Elisiário Figueiredo disse...

Zé da Burra

Após leitura atenta do seu comentário fiquei com a nítida sensação que só me resta comprar uma pistola no primeiro traficante de armas que aparecer e dar um tiro nos miolos, não vamos dramatizar.