29 de janeiro de 2009

The show must go on

(...)Temos, portanto, um grupo de novos fascistas que à falta de tribunais plenários quer transformar a praça pública num imenso tribunal plenário, ainda antes de terem provas para levarem a julgamento pretende que esse julgamento seja feito na rua com base na informação que eles próprios seleccionam e mandam para os jornais. Antes de um julgamento nos tribunais que tantos nos dizem para confiarmos pretendem que haja eleições antecipadas, antes de ser julgado num tribunal Sócrates deve ser julgado eleitoralmente com base nas falsas provas que cobardemente mandam para a comunicação social.
Os mesmos que quando a opinião duvida nos dizem para confiarmos na justiça são os que não confiam na sua própria justiça, são os que duvidando do resultado final se querem vingar de Sócrates ou, muito simplesmente, favorecer os seus partidos cuja ausência do poder lhes prejudicou.

Mas já que foram lançadas suspeitas Sócrates tem uma de duas coisas a fazer, se for culpado deve demitir-se imediatamente, se for inocente deve manter-se e defender a sua inocência até que a justiça tire conclusões, as mesmas conclusões a que os novos fascistas parecem não querer ver. Se Sócrates for afastado o processo arrastar-se-á até ao seu arquivamento e ninguém se lembrará de que umas quantas pessoas com acesso ao processo o usaram para alterar o rumo político do país.

A estratégia da golpada é evidente e se inicialmente havia a suspeita de um crime a este junta-se a suspeita de um ouro bem mais grave, a de que a independência dos tribunais e a separação de poderes poderá ter servido para que uns amanuenses violassem essa mesma separação de poderes e alterassem o rumo da democracia. Esperemos portanto que todos os crimes sejam investigados.(...)

O Jumento

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