«Pedro Santana Lopes - o "trapalhão", o "bon vivant", o "Casanova" - deu ontem uma tremenda lição a um país habituado à micro-tirania do jornalismo de Cloaca Maxima a que se reduz a generalidade dos órgãos de comunicação desta terra entregue às fúrias do futebol, dos escandaletes sexuais e das vedetinhas tontas do "comentarismo" desmiolado. Cansado e enfadado pelo frenesi que rodeou a chegada de um treinador de gladiadores contemporâneos, levantou-se e deixou os estúdios. Uma lição para os politiqueiros medíocres e de cócoras perante a má educação e semi-analfabetismo de jornalistas impunes, arrogantes e nulos. Parabéns àquele que foi, há pouco mais de dois anos, o cabeça de Turco desta selvageria em que se precipitou a imprensa portuguesa. Quando o PSD comatoso se esgota numa luta entre dois anões, Santana Lopes, com tão desabrido gesto, faz calar a escória que não cansou enquanto o não defenestrou, traiu e enlameou.»
Miguel Castelo-Branco, in Combustões
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