23 de dezembro de 2005

Entrevista á RCM


Nem o Natal ‘salva’ comércio

Nem o Natal está a 'salvar' o comércio local no concelho de Mafra. A falta de dinheiro nas carteiras dos portugueses é geral e de acordo com um estudo, mais de um terço da população prevê gastar entre 50 a 150 euros nas compras de Natal este ano.Em Mafra, a crise no meio comercial não é excepção.

Pedro Tomás, presidente da Associação de Comércio, Indústria e Serviços de Mafra (ACISM), confirma um cenário em que as vendas “infelizmente não estão a correr conforme aquilo que seria esperado numa altura destas em que há uma aumento substancial no volume de vendas por parte dos comerciantes”. “De acordo com alguns contactos que fiz, as pessoas dizem que prepararam com algum cuidado, com algum receio, as encomendas que fizeram e, mesmo assim, não as estão a conseguir escoar devidamente os produtos que adquiriram para esta altura. A situação não é a mais animadora”.As pastelarias são os estabelecimentos que têm passado um pouco ao lado da crise com as vendas “a decorrer de forma normal para a época”. Do outro lado estão os proprietários de lojas de roupa, calçado e outros bens que “infelizmente não estão a conseguir escoar os seus produtos”, conta o representante da ACISM.“Há vários factores conjugados que explicam esta situação”. Entre eles está “a baixa do poder de compra, a recessão económica que é sentida por todos e o facto de Mafra ter, actualmente, vias rodoviárias que permitem uma maior facilidade de acesso às grandes superfícies comerciais”, conclui Pedro Tomás.Mas se nesta altura, uns se queixam de uma quebra nas vendas na altura de Natal, há outros que preferem deixar o consumismo de lado.O Natal é uma festa cristã, e para o pároco de Mafra e Alcainça, há muita gente que já nem se lembra o que se comemora nesta altura.Em entrevista no programa ‘Disto é que eu gosto’ da RCM, o sacerdote Luís Barros, defende que haja sim uma troca de presentes, mas com consciência: “O consumismo é sempre uma coisa errada, é sempre um excesso e em qualquer circunstância devemos evitá-lo. O problema é, por vezes, a ausência do significado profundo do porquê de estarmos a oferecer coisas uns aos outros. É apenas porque socialmente parece bem e porque é suposto toda a gente oferecer alguma coisa. Era diferente se nós oferecêssemos prendas para mostrar a alegria profunda do ser cristão e celebrar o nascimento de Cristo”.A opinião de Luís Barros, o novo pároco de Mafra e São Miguel de Alcainça, sobre o consumismo que já é típico nesta altura do Natal, mas que nem por isso está a encher as caixas dos comerciantes mafrenses.
RCM

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