11 de fevereiro de 2009

A minha geração


Vamos lá a ser honestinhos: esta conversa sobre os defeitos das gerações mais novas é, sobretudo, fruto da falta de memória e da inveja.Muita vontade de rir me dá quando vejo um grupo de gente de meia-idade a vociferar contra o consumo de álcool dos filhos – dos outros, claro está – adolescentes. Estes rapazes e raparigas da minha idade estão, com certeza, esquecidos dos copinhos de São Domingos e CRF que qualquer café de esquina lhes servia nos intervalos das aulas da manhã do Ciclo Preparatório. Os únicos protestos que ouvíamos do empregado do café tinham a ver, ou com as moedas pretas que recolhíamos para beber os ditos bagacinhos – o que o forçava uma contagem sempre maçadora - ou com a mania, de alguns, de apagar os cigarros nos pires das bicas. Ouviu bem, imberbe adolescente que caiu por azar neste sítio: a malta aos doze anos comprava os cigarros que muito bem lhe apetecia sem precisar de recorrer a esses esquemas que vocês agora inventam. E querem mais? Aos 16 anos havia muito professor que nos deixava fumar nas aulas. E da charraria nem vale a pena falar. O único problema que podíamos ter quando fumávamos ganzas no pátio do liceu era os mais velhos roubar-nos as sopinhas. Nesse caso recorríamos aos contínuos argumentando que nos tinham roubado os cigarros. Estamos conversados quanto à falta de memória, ou preciso de perguntar aos mais esquecidos quantas vezes não vos serviram a vigésima imperial em qualquer chafarrica ou “civilizada” cervejaria não tendo os meus caros um pêlo que fosse na cara? Pois, pois, os miúdos de agora são piores e vivem sem qualquer controle.


2 comentários:

Elisiário Figueiredo disse...

Não é que eu goste do senhor ou até o admire, no entanto estou de acordo com aquilo que aqui escreve, eu vivi essa época.

Pedro Tomás disse...

Já somos dois, Pedro M.Lopes não me diz nada mas lá que era assim era!